sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A crise chegou.

Eu falei no facebook, ontem, sobre o comentário do sr. deputado Jean Wyllys acerca da sua discussão sobre liberdade religiosa.

O que está acontecendo é o seguinte: estão tentando fortalecer a cultura negra brasileira, e as religiões de origem africana (vale lembrar que são genuinamente brasileiras, frutos de uma série de misturas de religiões africanas, indígenas, europeias...).
Isso, se diz, é feito em nome da liberdade religiosa. Inclusive, há uma série de campanhas em favor dessas religiões, inclusive combatendo algumas correntes religiosas que falam "mal" delas. Isso é deveras válido, uma vez que NINGUÉM é obrigado a seguir religião alguma.
Já fui recriminado pessoalmente por alguém por quem tenho muito respeito por dizer que recuso suas "bençãos" de orixás e afins, por ter uma opinião muito bem formada a esse respeito e por outras coisas que não cabe comentar aqui, mas que são relevantes para mim. Em resumo: dizer que iemanjá ou outra "entidade" qualquer é feia é moralmente repreensível por ser um desrespeito contra a crença alheia.

Pois é...
Vocês assistiram ao vídeo promocional de um filme, protagonizado por alguns atores globais, dizendo isso e aquilo sobre um dogma da fé católica (a Virgindade de Maria, mãe de Jesus).

Pois é...

Dias atrás, um jovem foi morto pela polícia em uma favela, e foi feito o maior estardalhaço do mundo contra esse crime (sim, foi um crime).
Meses atrás, um "cidadão" furou um bloqueio da marinha e foi morto por um fuzileiro naval. Tal fato também causou uma onda de protestos online, ao vivo, em favor dos direitos humanos.

Dias atrás, também, uma jovem foi morta pelo "amante" do seu namorado... e ninguém falou nada. A jovem não era negra, não morava numa favela, não tinha envolvimento com o tráfico...
Era católica...

Bem. Acho que tem alguma coisa errado por aqui.